O silêncio é um dos principais aliados da diabetes, doença que causa diversos danos à saúde humana.Atualmente, cerca de 10% da população brasileira possui o diagnóstico dessa enfermidade, de acordo o Ministério da Saúde, e as consequências do problema pode levar a danos aos órgãos, como a lesão nos nervos, infarto, acidente vascular cerebral (AVC) ou, até mesmo, a perda de visão e dos rins, muitas vezes devido a um diagnóstico tardio.
Para contribuir com a prevenção dessa comorbidade, está sendo desenvolvida na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) uma pesquisa que investiga a interferência de alguns medicamentos receitados para o controle da diabetes na proteção dos rins. Conforme o pesquisador Washington Luís Viriato Sampaio, professor do curso de Medicina da Uesb, a diabetes é uma doença metabólica, ou seja, está atrelada a várias outras doenças, como hipertensão e obesidade, ou a fatores como alteração do colesterol e do ácido úrico.
Dentro desse contexto, o trabalho investiga a relação entre o ácido úrico, substância produzida naturalmente no corpo, e o controle da diabetes em indivíduos. O professor pontua que alguns fármacos, distribuídos no Sistema Único de Saúde (SUS), voltados para a diminuição da taxa de açúcar no sangue, contribuem com a diminuição dessa substância. “O interesse da nossa pesquisa é ver quanto que a gente consegue reduzir desse ácido úrico com a medicação, ocasionando a proteção do rim”, afirma.
Washington explica que, normalmente, o rim filtra o sangue. Parte do açúcar ingerido é eliminado na urina e a outra parte retorna ao corpo. O trabalho aponta que esse tipo de medicação aumenta a liberação da taxa de açúcar pela urina, por isso, impulsiona o controle da diabetes. “A gente já sabe, até o momento, que essas medicações têm uma capacidade de proteção do coração, do rim e do coração. A pergunta que a gente está respondendo é: qual a participação do ácido úrico nisso? Quanto a redução desse ácido úrico protege o rim?”, explana o pesquisador.
Assim, Washington ressalta a importância de ficar atento a fatores como a presença de diabetes no histórico familiar e a idade,sendo mais propício em indivíduos acima de 40 anos. “Algumas vezes, o diagnóstico do diabetes é feito quando o indivíduo tem sintomas como excesso de urina ou quando ele começa a ter muita fome ou muita sede”, informa.