Após um processo conturbado, marcado por disputas internas e batalhas judiciais, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) deve ter um novo presidente eleito nesta quarta-feira: se nada inesperado acontecer, Ednaldo Rodrigues, candidato único, vai assumir o cargo por um período de quatro anos, que termina em 23 de março de 2026.
O baiano de 68 anos vai suceder Rogério Caboclo, que no mês passado foi afastado definitivamente por causa de denúncias de assédio sexual e moral contra funcionários reveladas por reportagens do ge. A interinidade no comando da CBF, que dura desde 6 de junho de 2021, deve finalmente terminar.
Ednaldo Rodrigues é natural de Vitória da Conquista e tem 68 anos. Um negro, baiano, ex-lateral-direito do União Atlético Clube, da Bahia. Ednaldo Rodrigues foi presidente da Federação Bahiana de Futebol (FBF) por 18 anos. Em 2019, deixou o cargo. Ele é visto por ser um cartola neutro ao não ter relação próxima com os ex-presidentes da CBF, Rogério Caboclo ou Marco Polo Del Nero.
Há dois anos, Rodrigues deixou o cargo de presidente da Federação Baiana de Futebol, posição que ocupava desde 2001. Um ponto negativo em seu histórico é a aliança com Ricardo Teixeira, ex-mandatário da entidade máxima do futebol brasileiro, que renunciou em março de 2012 após escândalos de corrupção durante os 23 anos de gestão.
No entanto, o trabalho que fez em prol do futebol feminino e na reestruturação das categorias de base no Estado da Bahia contam a favor do sétimo presidente da CBF em dez anos. A relação de Rodrigues com os clubes baianos, no entanto, nem sempre foi das melhores. Embora tenha ganhado a confiança de ligas do interior e de algumas equipes da região, a falta de premiação ao campeão baiano durante boa parte de seu mandato prejudicaram sua imagem e causaram pedidos de saída.
Ednaldo Rodrigues entende que o retrospecto de presidentes da entidade é dos piores. Dos sete mandatários que estiveram no poder nos últimos dez anos, excluindo dois interinos, quatro se envolveram nos mais diversos desvios de conduta. Conspiração, recebimento de propina e assédio são algumas das infrações. “É lógico que todos também ficam pensando: ‘será que vai acontecer (outro tipo de desvio de conduta)?’ A gente tem de ser realista e provar o contrário, com atitudes, com trabalho, com profissionalismo e, acima de tudo, com lisura e ética, para que esse tipo de crime que aconteceu não volte a acontecer”,afirmou Ednaldo.