O Brasil está na “antessala” da chamada “dominância fiscal”, quando a política de juros de um país perde a eficácia e já não consegue conter a inflação. A culpa é da disparada da dívida pública, que já equivale a 77,7% do PIB (Produto Interno Bruto), afirmam analistas. O Banco Central (BC) vem tentando segurar a inflação com um “choque de juros”. O termo foi usado em 11 dezembro do ano passado, quando o Copom (Comitê de Política Monetária, do BC) aumentou a taxa Selic em 1 ponto percentual (para 12,25%) e prometeu manter o ritmo de aumento a fim de debelar a inflação e a disparada do dólar. A elevação de 1 ponto é rara: ocorreu em apenas cinco das 52 reuniões do Copom nos últimos 20 anos, incluindo a reunião de ontem que elevou a taxa a 13,25%.