O censo profissional realizado pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Censo Confea 2024) proporcionou, pela primeira vez, um levantamento estruturado e científico sobre o perfil dos profissionais das áreas de engenharia, agronomia e geociências em todo o Brasil. O estudo revela as trajetórias, desafios e oportunidades desses profissionais, oferecendo uma visão clara do papel que esses setores desempenham no desenvolvimento do país. O presidente do Confea, Vinicius Marchese, destaca que o Censo Confea 2024 não é apenas um relatório técnico, mas uma ferramenta de transformação. “Com esses dados, temos a chance de compreender as especificidades de cada estado e criar estratégias que atendam às necessidades locais, fortalecendo o Sistema Confea/Crea em todo o país”, afirma.



Para o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA), agora cada estado tem acesso a um panorama detalhado sobre a atuação dos seus profissionais, suas áreas de destaque e as perspectivas futuras. “Este é o momento de analisar esses dados, identificar áreas de melhoria e planejar ações que fortaleçam o setor de forma mais eficaz e direcionada, além do próprio Sistema Confea/Crea”, reforça o eng. agrimensor Joseval Carqueija.
No estado da Bahia, os dados do Censo Confea 2024 seguem a tendência nacional em muitos aspectos, mas também apresentam características regionais que merecem atenção. A maioria dos profissionais baianos é composta por homens, com idade entre 35 e 59 anos, e grande diversidade racial, sendo predominantemente pretos e pardos. A Bahia ocupa o terceiro lugar entre os estados com menor proporção de profissionais brancos (33%). Essa diversidade racial é um ponto de destaque, refletindo o compromisso do estado com a inclusão e a valorização da pluralidade dentro do Sistema Confea/Crea.

Em termos de renda, 34% dos profissionais baianos têm renda familiar acima de 10 salários mínimos, valor 6 pontos percentuais abaixo da média nacional. A engenharia civil predomina, com 46% dos profissionais atuando na área e 42% ligados diretamente à construção civil, o principal setor empregador do país. Apesar de 42% estarem empregados com carteira assinada, o percentual de empresários/empregadores (18%) se mantém próximo da média nacional. Apenas 16% não atuam em sua área de formação, e entre eles, 73% desejam retornar à área de origem, o que revela um potencial de requalificação e realinhamento profissional expressivo no estado. “O Censo Confea 2024 traz um retrato fiel da realidade dos profissionais da engenharia, agronomia e geociências na Bahia. Os dados confirmam o que vivenciamos no dia a dia, um mercado em transformação, que avança em oportunidades, mas ainda enfrenta desafios estruturais, especialmente na valorização profissional e na equidade de gênero”, ressalta o eng. civil André Tavares, vice-presidente do Crea-BA.














