Macarani ainda tem pela frente 29 dias de uma administração que nos últimos quatro anos, se tornou um péssimo exemplo de como gerir mal um município, cometendo todos os erros possíveis de uma gestão pública e todos os sete pecados capitais que podem levar um gestor ruim a afundar uma cidade na bancarrota. Mas, será que podemos imputar todas essas mazelas apenas ao Prefeito?
É claro que não: ao longo desses quatro anos, pesquisem quantos prefeitos foram afastados por erros bem menores que os cometidos em Macarani, e vamos descobrir que a Câmara de Vereadores de nossa cidade soube sim, ouvir muito o clamor do povo, os pedidos de justiça, mas nunca teve brios para agir contra um prefeito ruim, opressor e que agiu ao seu bel prazer, porque sabia que o legislativo não teria pulso ou que tinha a maioria dos edis conivente com as suas ações.
O povo entendeu a situação: não a toa eliminou quatro desses vereadores, e um saiu por conta própria, mas todos eles que não voltam no ano que vem são da base de sustentação do Prefeito Miller Ferraz.Só para constar:nos últimos 12 anos, Vereadores que fizeram oposição aos ex-prefeitos sempre estiveram entre os que deixaram o legislativo municipal; mas dessa vez as duas vozes verdadeiramente de oposição, Janilton Alves e Jucilande Rocha, ficaram, e ficaram entre os mais votados.
Pois é esse o cenário da atual gestão e do mandato do Legislativo Municipal que se encerra no dia 31 de dezembro. O povo declarou que quer mudança! Mas, eis que nessa reta final de mandato, tanto o Prefeito que mais errou e desrespeitou as Leis da administração pública, quanto a Câmara que na sua maioria foi sempre conivente com esses erros e desmandos, querem e vão deixar uma Macarani pronta para ser gerida com transparência e moralidade pela futura Prefeita e pelos futuros gestores que vierem depois dela.
Com três projetos aprovados na última segunda-feira, dois da própria Câmara e um de autoria do Executivo. Os próximos gestores estarão amarrados a fiscalização da Câmara em todos os seus atos correspondentes a gestão das verbas públicas, principalmente a folha de pagamento. É ruim? Não, pelo contrário é legal demais!
Mas, numa série de matérias iniciada hoje aqui no RGBAHIA, nós vamos provar que a transparência moral e legal por trás desse banho de justiça repentina, vem manchada por uma pesada carga de hipocrisia e oportunismo.