A sociedade baiana foi convocada a se mobilizar em favor do trabalho digno para todas e todos na Caminhada do Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. Organizada pela Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo da Bahia (Coetrae-Ba), a manifestação acontece nesta terça-feira (28), às 16h, com concentração ao lado daIgreja da Vitória,em Salvador.
Com o tema “Diga Não ao Trabalho Escravo”, a iniciativa dá centralidade ao debate sobre essa violação dos direitos humanos, bem como reforça o compromisso com a erradicação da exploração laboral no Estado. A Coetrae desempenha um papel fundamental na articulação de políticas públicas para prevenção, fiscalização, assistência às vítimas e responsabilização dos autores dessas práticas.
“Queremos levar às ruas a mensagem de que nós, baianas e baianos, sociedade civil e poder público, estamos atentas e atentos a este grave problema. Nesse sentido, a caminhada representa, ao mesmo tempo, esperançar e agir. A realidade do trabalho ilegal atinge a muitas famílias, pois é, muitas vezes, um crime oculto. Queremos jogar luz sobre esta realidade nefasta. A nossa tarefa é cada vez mais fortalecer uma cultura de liberdade e respeito no nosso estado, e também apoiar as ações governamentais de resgate às vidas”,comentou o secretário da SJDH, Felipe Freitas.
O Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, celebrado em 28 de janeiro, foi instituído em memória dos auditores-fiscais do trabalho, e do motorista, assassinados em 2004, em Unaí (MG), enquanto investigavam denúncias de trabalho escravo. A data simboliza a luta pela erradicação dessa prática criminosa, promovendo conscientização, reflexão e mobilização social. Além disso, reforça a importância do trabalho dos órgãos de fiscalização e combate. No Brasil, foram resgatados 1.684 trabalhadores em condições análogas às da escravidão em 2024. Osdados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) revelam uma diminuição em relação aos dois últimos anos (3.238 em 2023 e 2.507 em 2022), mas mostram que o cenário de proteção de direitos permanece desafiador.
Na Bahia, de 2021 a 2023, 270 trabalhadores foram resgatados no estado, em 60 casos. Em 2024, o Núcleo de Enfrentamento ao Trabalho Escravo da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (NETP/SJDH), monitorou seis operações de fiscalização e atuou no pós-resgate de 178 pessoas, entre elas, duas vítimas de exploração sexual na Bélgica. Neste mesmo ano, o Governo da Bahia, em articulação com a Coetrae, realizou o seminário “Coetrae/BA 15 anos: Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo”. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 2,4 milhões de pessoas são traficadas todo ano. Esse crime movimenta 32 milhões de dólares, atrás apenas do tráfico de drogas e contrabando de armas.