Pouco a pouco, os 133 cardeais do conclave que escolheram Leão XIV revelam detalhes que permitem montar uma parte do quebra-cabeças da eleição que define os rumos da Igreja Católica. O cardeal de Toamasina, em Madagascar, Désiré Tsarahazana, cometeu uma indiscrição sobre a mais confidencial das informações do conclave: o número de votos obtidos por cada cardeal.



Na saída do encontro do papa com os cardeais neste sábado (10/5), Tsarahazana disse a jornalistas italianos que Robert Prevost teve “bem mais de cem votos”, sendo que 89 eram necessários para atingir os necessários dois terços dos eleitores. Quebrar o sigilo sobre a contagem de votos é passível até de excomunhão, segundo a “constituição apostólica”, documento que rege o conclave.

Outros jornais trouxeram detalhes novelescos. Segundo o Il Messaggero, o cardeal filipino Luis Antonio Tagle, um dos favoritos a suceder Francisco, estava sentado logo atrás de Prevost nas votações na Capela Sistina. Tagle afirmou que o americano lhe perguntava como se comportar. E que, no quarto escrutínio, que o elegeu, Prevost estava “respirando fundo” e aceitou uma bala oferecida pelo próprio Tagle. “Foi meu primeiro ato de caridade perante o novo papa”, brincou o filipino.

O principal favorito do conclave, o cardeal italiano Pietro Parolin, divulgou uma carta no diário Il Giornale di Vicenza, de sua província natal. “Entendo a torcida [por mim], mas é necessária a lógica da Igreja”, acrescentou Parolin, que deu mais algumas informações sobre o conclave. “Creio não revelar nenhum segredo se escrevo que um longuíssimo e caloroso aplauso seguiu-se a aquele ‘Eu aceito’ que o tornou o 267º papa da Igreja Católica.”













