O pedido de prisão da Procuradoria-Geral da República contra o delator Mauro Cid parece ter irritado a defesa do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Parentes do militar viajaram para os Estados Unidos, o que a PGR interpretou como risco de fuga de Cid. O delator no inquérito que apura um suposto “golpe” de Estado foi chamado para explicar a viagem dos parentes, o que motivou a irritação do advogado Cezar Bitencourt. “Dane-se o PGR [Paulo Gonet]. A vida do Cid segue indiferente à existência do processo”, disse o defensor ao jornal Folha de São Paulo.
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu nesta noite ao STF (Supremo Tribunal Federal) a anulação da delação de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, e mais informações sobre um perfil supostamente utilizado por ele nas redes sociais. A defesa de Bolsonaro também pede acesso a investigações que seriam ligadas à denúncia da PGR sobre tentativa de golpe. Advogados insistem em pedir acesso a um inquérito sobre a chamada “Abin paralela” e a outro que investiga o ex-presidente por vazar informações de investigação sigilosa da Polícia Federal sobre urnas eletrônicas durante uma live.
Delator negou ter usado o perfil. Em seu interrogatório, Mauro Cid disse que nunca havia utilizado o perfil para reclamar sobre os depoimentos à PF durante sua delação. Depois que vieram à tona reportagens da revista Veja dizendo que ele havia mentido no STF, sua defesa entrou no STF com uma declaração de que o material era fake news. Na manifestação desta segunda-feira, a defesa de Bolsonaro rebateu esses argumentos.