Pressionado pela queda na popularidade do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve iniciar nesta semana trocas na sua equipe ministerial. Junto com a crise do Pix, a avaliação entre auxiliares do petista é de que os maus números das últimas pesquisas de opinião fizeram o presidente “acordar” e iniciar as mudanças que já eram discutidas desde o ano passado. Uma das trocas dadas como certa é a ida de Alexandre Padilha para o Ministério da Saúde, no lugar de Nísia Trindade. A avaliação no Planalto é que a pasta, que tem um dos maiores orçamentos da Esplanada dos Ministérios, não conseguiu avançar com programas que Lula quer utilizar como vitrine de seu terceiro mandato, como o Mais Especialiades.
Ao mesmo tempo, a expectativa é que Padilha, por ter um perfil mais político do que Nísia, considerada técnica demais, possa ajudar na relação com o Congresso ao acelerar a liberação de emendas, por exemplo. O Ministério da Saúde é o principal destino das verbas indicadas pelos parlamentares. Com a mudança de Padilha para a Saúde, Lula agora precisará bater o martelo sobre quem assumirá a Secretaria de Relações Institucionais. Ainda não há uma definição se o cargo ficará com o PT ou se será entregue a um nome do Centrão, em uma estratégia para tentar ampliar a base aliada do governo no Congresso.