O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que pretende assumir o controle da Faixa de Gaza e transformá-la em uma “zona de liberdade” nesta quinta-feira, durante visita oficial ao Catar, enquanto uma campanha de ataques aéreos israelense deixou quase 200 mortos no enclave palestino nos últimos dois dias. A declaração do presidente americano acontece em meio à sua primeira agenda externa — uma passagem pelo Oriente Médio que não incluiu parada no Estado judeu — e em um momento em que organizações internacionais têm alertado para um aumento severo da fome no enclave palestino.
“Tenho ideias para Gaza que acredito que são muito boas, para transformá-la em uma zona de liberdade, para que os Estados Unidos se envolvam e simplesmente a transformem em uma zona de liberdade” — disse Trump, que anteriormente já revelou seu interesse em criar uma Riviera em Gaza, com a realocação da população palestina para outros países. Enquanto o republicano expunha seus planos para a região no Catar, a cerca de 2 mil km da Faixa de Gaza, uma segunda onda de ataques aéreos israelenses deixava um grande número de vítimas em território palestino pelo segundo dia consecutivo.
Com a contagem ainda em andamento durante os trabalhos das equipes de resgate em solo, jornais israelenses noticiaram mais de 100 mortos no enclave citando fontes palestinas — por volta das 15h50 (9h50 em Brasília), o Times of Israel publicou que a contagem havia chegado a 115, apenas nos ataques desta quinta-feira. Amir Selha, um palestino de 43 anos do norte de Gaza, relatou “intensos bombardeios israelenses durante toda a noite”. Em entrevista à agência francesa AFP, ele afirmou que drones com quatro hélices do Exército lançaram panfletos em seu bairro na manhã de quinta-feira, pedindo aos moradores que se mudassem para o sul.