A coligação Fuerza Patria (esquerda), da ex-presidente argentina Cristina Kirchner, foi a mais votada para a Assembleia Legislativa da Província de Buenos Aires. Com 89% das urnas apuradas às 22h (horário de Brasília), a coalizão tinha 47,00% dos votos. Era seguida pela do presidente Javier Milei, La Libertad Avanza (direita), com 33,84%. O resultado é considerado um termômetro quanto aos impactos políticos das suspeitas de corrupção que rondam Milei e sua irmã Karina. Apesar de a votação ser local, a região concentra quase 40% da população argentina. Em 27 de agosto, ao fazer campanha na cidade de Lomas de Zamora, ao sul da Grande Buenos Aires, Milei viu sua carreata ser alvo de pedradas.
A Fuerza Patria ficou com 21 das 46 cadeiras em disputa para a Câmara provincial e 13 das 23 do Senado provincial. A La Libertad Avanza ficou com 18 e 8, respectivamente. O total de assentos na Câmara é 92 e, no Senado, 46. Historicamente, os resultados eleitorais nessa região apontam tendências para o panorama nacional. No fim de outubro, o país terá eleições legislativas nacionais de meio de mandato, com escolha de parte dos deputados e senadores do Congresso argentino. Cristina Kirchner, que presidiu o país de 2007 a 2015, está em prisão domiciliar desde junho de 2025.
O escândalo envolvendo Karina Milei, irmã do presidente e secretária da presidência, foi deflagrado em agosto, com a divulgação de áudios de Diego Spagnuolo, ex-diretor da Andis (Agência Nacional para Pessoas com Deficiência) e amigo dos irmãos Milei. Nas gravações, Spagnuolo cita a participação de Karina em um esquema de corrupção na compra de medicamentos —a irmã do presidente ficaria com 3% dos 8% da propina cobrada em todos os contratos do departamento.