O maior incêndio da história de Los-Angeles transformou bairros inteiros em cinzas. Há centenas de desabrigados. Entre eles, alguns brasileiros. Um homem que perdeu a casa e não quer se identificar conta o que viveu. Ele voltou ao lugar onde vivia para tentar salvar alguma coisa. “Venho aqui com uma pá, duas luvas, para tentar desenterrar alguma memória”, diz.
O homem morava em Pacific Palisades, uma das regiões mais atingidas. “Nós saímos e inesperadamente nunca mais pudemos voltar”, afirma. “Com uma mangueira, a gente tentou extinguir o fogo. Só que o fogo espalhou muito rapidamente e, infelizmente, pela extensão da gravidade dessa queimada, o bombeiro que estava parado na frente da minha casa estava sem água. Foi muito triste”, contou.
Uma TV local registrou o momento em que uma brasileira fugia. Marisa trabalha como babá nos EUA. “A polícia bateu no meu carro e disse: ‘Sai daqui, se não vamos morrer queimados”, conta ela. Kaya Verruno, outro brasileiro, ajudou a salvar algumas residências com a brigada voluntária de incêndio. “80% dessa praia não existe mais. Mas, graças à união, conseguimos salvar umas oito a dez casas”, conta ele.
O que explica esse fenômeno:
Ainda que as causas dos incêndios estejam sob investigação, uma especialista explica que os chamados ventos de Santa Ana e a seca histórica no sul da Califórnia contribuíram para a intensidade do fogo. A vegetação seca e o calor se combinaram para formar um cenário perfeito para a tragédia”, explica Leila Carvalho, professora da Universidade da Califórnia. Segundo ela, as chuvas na Califórnia costumam ocorrer no inverno, mas, desde o início da estação, não caiu uma gota na região. tragédia ocorreu em um contexto global alarmante: 2024 foi considerado o ano mais quente já registrado, com emissões recordes de carbono.