Especialistas em tecnologia dizem que a decisão da empresa Meta de acabar com o sistema de checagem vai ampliar a desinformação nas redes sociais e deixar os usuários ainda mais vulneráveis. Em Brasília, autoridades reagiram aos ataques sem provas de Mark Zuckerberg a tribunais da América Latina. Logo após o anúncio nos Estados Unidos, o secretário de Políticas Digitais do governo federal, João Brant, usou as redes sociais para dizer que a declaração de Zuckerberg explicita aliança da Meta com o governo Trump para enfrentar União Europeia, Brasil e outros países que buscam proteger direitos no ambiente online. Apesar de Zuckerberg não citar diretamente o Brasil, Brant disse que “é uma declaração fortíssima, que se refere ao STF como ‘corte secreta’, ataca os verificadores de fatos (dizendo que eles ‘mais destruíram do que construíram confiança’)”.
Segundo o secretário, a partir das medidas anunciadas nesta terça-feira (7), a empresa sinaliza que não aceita a soberania dos países sobre o funcionamento do ambiente digital. João Brant defendeu a relevância das ações nos países, inclusive o Brasil, de promoção da integridade de informação.
No fim de 2024, o STF – Supremo Tribunal Federal começou a julgar uma ação que responsabiliza as empresas de redes sociais que não atuem para restringir a publicação de conteúdos falsos, criminosos ou ofensivos pelos usuários. O julgamento ainda não terminou e deve ser retomado em 2025. Até agora, são três votos que ampliam a responsabilidade das plataformas e impõem medidas que precisam ser seguidas pelas empresas para não violarem as leis do país.